O empresário Marcelo Batista Silva participou, nesta segunda-feira (16), da primeira audiência de instrução e julgamento relacionada à morte de dois ex-funcionários do seu ferro-velho, em Salvador. A sessão ocorreu no Fórum Criminal de Sussuarana e durou cerca de quatro horas. Embora tenha acompanhado os depoimentos, Marcelo não foi interrogado neste momento.
Três testemunhas prestaram depoimento: dois familiares de Paulo Daniel Pereira e um primo de Matusalém Silva Muniz, os dois homens desaparecidos em novembro de 2024, após três semanas de trabalho no ferro-velho de Marcelo, localizado no bairro de Pirajá. Segundo o advogado Sandro Reis, que representa as famílias das vítimas, o empresário será o último a ser ouvido, após a oitiva de todas as testemunhas de defesa e acusação.
Marcelo Batista Silva se apresentou à polícia no último dia 9 de junho, após sete meses foragido. Ele é acusado de ser o mandante e de participar diretamente na execução de Paulo e Matusalém. A Justiça concedeu liberdade provisória ao empresário, com a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento mensal ao juízo, manutenção de endereço atualizado e obrigatoriedade de participação no julgamento pelo Tribunal do Júri, caso seja instaurado.
De acordo com familiares, Paulo e Matusalém não relataram episódios de violência no ambiente de trabalho, embora reclamassem das condições oferecidas. Quatro dias após o desaparecimento, cães farejadores da polícia indicaram que um dos homens esteve no ferro-velho. Em seguida, a Polícia Civil solicitou a prisão do empresário, que fugiu.
Dois policiais militares foram presos em janeiro deste ano, suspeitos de envolvimento no desaparecimento e assassinato dos trabalhadores. O inquérito segue em andamento.
