O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo federal gerou forte reação de setores produtivos e financeiros, que criticaram os impactos da medida, mesmo após a revogação parcial das mudanças.
Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a elevação do IOF encarece o crédito, inibe investimentos e contraria programas como o Nova Indústria Brasil e as políticas de transição energética. “O efeito será muito negativo sobre a atividade econômica e vai penalizar ainda mais o setor produtivo”, afirmou a entidade.
A Associação Brasileira dos Bancos (ABBC) também se manifestou contra a decisão. A entidade alerta que o aumento do imposto pode elevar a inadimplência, os custos do crédito e pressionar os preços, agravando um cenário já marcado por juros altos e instabilidade econômica.
O que muda com o aumento do IOF:
- Empresas: alíquota sobe de 1,88% ao ano para 3,95%, igualando-se à das pessoas físicas.
- Empresas do Simples: alíquota passa de 0,88% ao ano para 1,95% para operações de até R$ 30 mil.
- Cooperativas de crédito: passam a pagar 3,95% ao ano quando operarem acima de R$ 100 milhões; cooperativas rurais seguem isentas.
- Câmbio: uso de cartão internacional, compra de moeda e remessas ao exterior passam de 1,1% ou 3,38% para 3,5%.
- Empréstimos externos de curto prazo: passam a ser tributados em 3,5%, com redução do conceito de curto prazo de 1.080 para 360 dias.
- Seguros (VGBL): quem aplica mais de R$ 600 mil por ano pagará 5% de IOF; abaixo disso, segue isento.
A Fiesp reforça que o equilíbrio fiscal não pode ser buscado às custas do aumento da carga tributária sobre quem produz. O setor produtivo e o financeiro seguem pressionando o governo pela revisão completa da medida.