
Intitulado de “Observatório do Calor (Heat Watch Campaign)”, o estudo é coordenado pelo professor Paulo Zangalli Júnior, do departamento de Geografia da Universidade Federalista da Bahia (Ufba). Pesquisa da UFBA mostra a diferença de temperatura entre bairros de Salvador
Uma pesquisa que o traça mapas de calor na superfície urbana de Salvador e suas consequências para a população aponta que a diferença de temperaturas máximas – durante o período da tarde, considerado horário de pico – registradas em bairros da capital baiana chega a 6,5ºC.
🌬️Os dados apontam que bairros com mais vegetação, perto de áreas verdes ou corpos d’chuva apresentam temperaturas mais amenas.
🥵 Já regiões densamente urbanizadas, com poucas árvores e grande cobertura de asfalto, registram temperaturas mais elevadas.
O estudo “Observatório do Calor (Heat Watch Campaign)” é coordenado pelo professor Paulo Zangalli Júnior, do departamento de Geografia da Universidade Federalista da Bahia (Ufba), e conta com esteio da prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência e Muito-estar e Proteção Bicho (Secis) e da Resguardo Social de Salvador (Codesal), muito porquê da Governo Oceânica e Atmosférica Pátrio (NOAA), vinculada ao governo dos Estados Unidos (EUA).
A pesquisa detalha que o calor extremo é um sinistro oriundo e que seus impactos não são distribuídos de forma igual entre as pessoas e lugares. Ou seja, aqueles que vivem em bairros historicamente negligenciados, com chegada restringido a recursos e áreas verdes e quem enfrenta problemas de saúde adicionais estão em maior risco quanto aos impactos do calor extremo.
Por meio de nota, a Prefeitura de Salvador afirmou que “o enfrentamento ao aumento das temperaturas, intensificado pelas mudanças climáticas, exige uma atuação técnica, coordenada e contínua”, e disse que há ações em curso que demonstram o compromisso da gestão municipal com uma cidade mais resiliente, sustentável e justa para todos (veja íntegra no termo da material).
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Os mapas de calor revelam que os bairros mais vulneráveis socioeconomicamente também tendem a ser os mais quentes, ampliando riscos à saúde e à qualidade de vida (veja supra).
Enquanto áreas porquê Ilhota de Maré, Massaranduba, Periperi e outras localidades na região do subúrbio têm máximas de 34,6ºC, do outro lado da cidade, Pituaçu, Pituba, Costa Azul, Perdão e Vitória têm temperaturas de até 28,1ºC.
De tratado com Zangalli, a pesquisa procura responder duas questões centrais:
porquê o calor afeta a vida das pessoas nos seus locais de moradia, trabalho e lazer;
e quais são as soluções possíveis para reduzir os impactos do calor extremo.
Para isso, desde o dia 23 de janeiro, foram coletados dados a cada 15 segundos em diversos pontos de Salvador, criando uma cobertura detalhada da temperatura em toda a cidade. Com essas informações, é provável identificar as desigualdades na distribuição de calor e suas causas, além de sugerir formas de mitigação, porquê a arborização, que tem impacto significativo no conforto térmico.
Moradores do subúrbio realizam travessia entre São Tomé de Paripe e Ilhota de Maré, localidades afetadas pelas altas temperaturas
Feijoeiro Almeida/ GOV BA
A pesquisa envolveu 16 rotas preestabelecidas, sendo uma delas na Ilhota de Maré e outras 15 na segmento continental.
⏰ As medições foram feitas em três horários diferentes do dia — entre 6h e 7h, das 15h às 16h e das 19h às 20h — com sensores de temperatura instalados nos veículos da Resguardo Social.
Essas medições capturaram variações térmicas em momentos distintos, refletindo o comportamento do calor durante o dia. O horário das 15h foi escolhido, porque é neste momento que o solo libera o calor reunido ao longo do dia, o que reflete o pico da temperatura.
Ao todo, foram feitas 103.980 medições, com auxílio de supercomputadores. Os números foram convertidos em mapas detalhados, a partir de uma estudo conjunta com dados de satélite.
Embora os satélites forneçam uma visão universal, o mapeamento feito a partir do trabalho de campo permitiu uma estudo mais precisa de fatores porquê a topografia e a circulação do ar, que influenciam diretamente a formação das ilhas de calor.
O estudo inclui, ainda, evidências sobre o impacto das mudanças climáticas nas temperaturas de Salvador até 2050 e 2100, projetando um aumento médio de temperatura na cidade de 1 intensidade em 2100, em um cenário mais otimista, e até 2,5 graus em 2100, em um cenário mais pessimista.
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Foto: Manu Dias/GOVBA
Previsões
Atualmente, as projeções dos modelos climáticos para a capital baiana mostram que há, em média, 35 a 40 dias por ano com temperaturas supra de 32°C. O esperado é um aumento para 50 a 70 dias na dezena de 2050, e 60 a 150 dias até 2100, a depender do cenário considerado.
Outrossim, raramente Salvador tem temperaturas supra de 35°C. No horizonte, mas, serão pelo menos 1 a 3 dias, a partir de 2050, e de 3 até 35 dias nas décadas de 2050 e 2100.
As temperaturas mínimas supra de 30°C ocorrem unicamente alguns dias por ano em Salvador, mas aumentarão para 8 a 25 dias em 2050 e para mais de 125 dias até 2100.
Outra dimensão das ondas de calor é a quantidade de dias seguidos com temperaturas supra de 32°C, pois cada dia continuado suplementar supra de 32°C gera uma trouxa de calor significativa às populações vulneráveis.
Atualmente, Salvador tem temperaturas supra de 32ºC por 10 dias seguidos, mas a projeção é de que isso aumente para 65 dias seguidos ou mais em 2100, em um cenário de aumento da temperatura média global em 2,5ºC.
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Confira nota da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Muito-Estar e Proteção Bicho (Secis) na íntegra:
“A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Muito-Estar e Proteção Bicho (Secis), reforça a influência do debate em torno das ilhas de calor urbanas, um fenômeno climatológico que afeta diretamente o cotidiano da população, principalmente em regiões com menor cobertura vegetal e maior adensamento.
Com o objetivo de compreender melhor essas variações de temperatura entre diferentes bairros da cidade e desenvolver soluções eficazes, a Prefeitura vem realizando a pesquisa “Observatório do Calor (Heat Watch Campaign)”, em parceria com a Universidade Federalista da Bahia (Ufba). O estudo está mapeando as temperaturas em tempo real em diversas áreas de Salvador — porquê Cajazeiras, Perdão, Vitória, Subúrbio Ferroviário e Ilhota de Maré — e vai gerar mapas térmicos detalhados que permitirão entender porquê o calor se distribui na cidade.
Essas informações são fundamentais para a formulação de políticas públicas direcionadas à mitigação do calor extremo, por meio da ampliação de áreas arborizadas, implementação de infraestrutura verdejante e ações de planejamento urbano voltadas à redução das desigualdades ambientais. Outrossim, os dados obtidos permitirão orientar medidas preventivas nas áreas mais vulneráveis, com impactos diretos na saúde pública, mobilidade e qualidade de vida.
A Prefeitura de Salvador reconhece que o enfrentamento ao aumento das temperaturas, intensificado pelas mudanças climáticas, exige uma atuação técnica, coordenada e contínua. As ações já em curso demonstram o compromisso da gestão municipal com uma cidade mais resiliente, sustentável e justa para todos.”
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FONTE: https://g1.orbe.com/ba/bahia/noticia/2025/04/25/pesquisa-mapeia-ilhas-de-calor-em-salvador-e-aponta-diferencas-de-temperatura-entre-bairros.ghtml