Unicamente 7% dos valores foram ressarcidos; quadrilhas usam contas laranjas para dificultar rastreio
O BC (Banco Meão) registrou 4,7 milhões de fraudes envolvendo Pix em 2024. O prejuízo totalidade chegou a R$ 6,5 bilhões, segundo dados divulgados pela Folha de S.Paulo na 5ª feira (24.abr.2025). Em relação a 2023, quando foram registrados 2,6 milhões de casos, o número de fraudes aumentou tapume de 80%.
Do valor totalidade, exclusivamente R$ 459 milhões retornaram às vítimas, o que corresponde a 7% do montante movimentado em golpes. As devoluções ocorrem por meio do MED (Mecanismo Próprio de Reembolso), sistema criado pelo Banco Meão em 2021 que permite às instituições financeiras bloquear recursos disponíveis nas contas de rumo quando há suspeita de fraude. Em 2024, o BC recebeu 5 milhões de pedidos de restituição e aprovou 1,56 milhão.
Mesmo com o pedido aceito, a restituição dos valores pode ser parcial ou até mesmo nula. Em janeiro de 2025, por exemplo, o BC autorizou o estorno de R$ 200 milhões em transações identificadas uma vez que fraudulentas, mas exclusivamente R$ 21 milhões — tapume de 10,5% do totalidade — efetivamente retornaram às vítimas. Isso acontece porque os criminosos rapidamente esvaziam as contas de rumo depois de receberem os valores. Quando o sistema tenta bloquear os recursos, frequentemente já não há saldo disponível para restituição. Segundo dados do Banco Meão, 86% das recusas de pedidos de restituição foram motivadas por falta de saldo nas contas destinatárias.
As quadrilhas utilizam contas laranjas para espalhar o numerário obtido ilegalmente. Esta prática dificulta o rastreamento, mesmo com o sistema Dict (Diretório de Identificadores de Contas Transacionais), utensílio do Banco Meão que armazena as informações das chaves Pix e permite a identificação dos titulares das contas. Depois múltiplas transferências, o histórico da transação se perde.
O BC afirma que os bancos podem marcar CPFs e CNPJs envolvidos em fraudes. A instituição também mantém convênios com a Polícia Federalista para combater crimes virtuais. Atualmente, vítimas têm até 80 dias para solicitar restituição. O banco analisa o caso e bloqueia o valor em até 7 dias. Se ratificado, o estorno ocorre em até 96 horas.
A partir de 1º de outubro, os bancos deverão oferecer autoatendimento para pedidos de restituição diretamente nos aplicativos.