O Brasil registrou uma redução de 26,8% nos casos de malária contabilizados entre janeiro e março deste ano, quando foram identificados 25.473 casos da doença, contra 34.807 casos no mesmo período do ano pretérito. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Ministério da Saúde em razão do Dia Mundial da Malária.
Segundo a pasta, o número de óbitos pela doença no país também apresentou queda, de 27%, no primeiro no período entre 2023 e 2024. Foram contabilizadas 43 mortes no ano pretérito, frente às 63 registradas no ano anterior..
Dados do ministério apontam ainda a redução no número de casos da doença em três das cinco áreas especiais de vigilância em 2024. Nas áreas de mina, houve queda de 27,5%, e, nas de assentamento, de 11%.
“A separação por áreas é uma estratégia de comitiva dos casos, uma vez que a malária é uma doença determinada socialmente, ou seja, que afeta mais pessoas em áreas de maior vulnerabilidade social”, informou a pasta.
O levantamento mostra que 99% dos casos da doença estão concentrados na região amazônica, abrangendo os seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Novas tecnologias
Em evento na Ateneu Vernáculo de Medicina, no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou o compromisso brasílico de varar a malária e a valia de novas tecnologias para combater a doença, incluindo o uso ampliado de testes rápidos e a adoção do antimalárico tafenoquina.
“Treinamos quase 3 milénio profissionais, tratamos mais de 7 milénio pessoas, e a meta é ampliar o chegada em todo o país até 2026”, destacou Padilha.
A tafenoquina é classificada pela pasta uma vez que um medicamento inovador de ração única. O remédio é indicado para a tratamento da malária causada pelo Plasmodium vivaxsevandija responsável por mais de 80% dos casos da doença em 2024.
O tratamento, de convenção com o ministério, reduz os casos graves e a mortalidade por malária e já foi implementado em 49 municípios de seis estados – Amazonas, Roraima, Pará, Rondônia, Amapá e Acre – e em nove Distritos Sanitários Indígenas (DSEi).
A previsão é que, em maio, o medicamento será implantado na região extra-amazônica e, em junho, em duas áreas do Mato Grosso.
Ainda segundo a pasta, uma versão pediátrica da tafenoquina está em processo de incorporação junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), com parecer favorável em avaliação inicial feita pela Percentagem Vernáculo de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
“A recomendação inicial vai à consulta pública nos próximos dias e retorna para a estudo final da percentagem.”
Em relação à vigilância epidemiológica, o ministro chamou atenção para os casos de malária fora da Amazônia. “Embora o número de casos seja menor fora da região amazônica, a obituário é mais subida. Por isso, vamos implementar um sistema de vigilância específico para os estados com registros fora da Amazônia. É preciso produzir alertas e ações direcionadas para esses territórios”.
*Material alterada às 13h35 para correção do período de confrontação no segundo parágrafo.