Instituições e autoridades se manifestaram a saudação da morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21).
No Repórter Pátrio, o jornalista Daniel Ito conversou com o deputado Reimont (PT-RJ), padre xabregano licenciado e presidente da Percentagem de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Daniel Ito: Deputado Reimont, qual é o legado que o papa Francisco deixa depois de 12 anos primeiro da Igreja Católica?
Deputado Reimont: Esse dia para nós é um misto de tristeza e também de aumento de responsabilidades. Porque nós hoje nos despedimos do papa Francisco, e eu sabor de me referir a essas pessoas uma vez que o papa Francisco, nesse dia, não uma vez que alguém que morre, mas uma vez que alguém que entra na plenitude da vida. Alguém que conclui a sua curso com uma sentença de tarefa cumprida, alguém que cumpre a sua missão deixando um legado que nunca a humanidade irá olvidar. Esse é o papa Francisco. É um dia de tristeza para nós, mas uma vez que eu disse, também é uma tristeza misturada com uma alegria responsável, porque o legado do papa Francisco precisa de permanecer entre nós para o muito da humanidade.
Daniel Ito: É um pontífice que inspira futuras presenças ali no Vaticano, futuras lideranças da Igreja Católica. Uma vez que o senhor caracterizaria esse período do papa Francisco para a Igreja Católica?
Deputado Reimont: No dia da eleição do papa Francisco, eu era vereador na capital do Rio de Janeiro, e quando anunciam a eleição do papa e já anunciam dizendo que ele assumiria o nome de Francisco, eu de súbito levantei da minha bancada, fui ao microfone e falei: “Que alegria termos conosco um papa que escolhe esse nome.” Esses 12 anos do papado de Francisco impõem à igreja um caminho que, no meu entendimento, é um caminho sem volta, por mais que a gente ainda tenha muita dissonância entre o que a gente considera a cabeça da igreja — que era o Papa Francisco — e o seu corpo, porque a gente ainda permanece num espaço de muito conservadorismo.
(Francisco) É um papa progressista, um papa que lida com temas mais atuais da humanidade, lida com o tema dos migrantes, lida com o tema dos conflitos armados, da procura por uma solução pacífica, com o tema do combate à penúria, com o tema dos direitos humanos, com o tema do guarida a toda flutuação. Com o tema ambiental, com o desvelo com a Mãe Terreno. Esse é o Papa Francisco, sabe?
Logo, eu acho que o legado de Francisco é esse legado. A igreja, no meu entendimento, ela não tem condições de voltar detrás, porque a gente espera que o novo papa a ser eleito no Conclave, que se abrirá logo depois do velório, certamente ligeiro consigo a responsabilidade de continuar essa taxa humanitária que o papa Francisco tanto trouxe para nós.
Daniel Ito: Deputado Reimont, o senhor tem uma relação tanto com a Igreja Católica, já que é padre licenciado xabregano, quanto com a as questões políticas, uma vez que deputado federalista em Brasília. Uma vez que o senhor enxerga essa transporte da Igreja Católica pelo papa Francisco diante de um cenário global de subida de extrema direita e de fascismo em muitos países? E qual é a perspectiva que temos a partir de agora com a passagem do papa Francisco e a expectativa por um novo papa?
Deputado Reimont: O Papa Francisco é essa pessoa, sabe? Que muitos de nós amávamos, amamos e continuaremos amá-lo. Mas ele também colocou um ponto de inflexão na humanidade, de certa forma, nesse tempo em que a extrema direita avança, onde algumas pessoas inclusive dentro do próprio seio da igreja ou das igrejas ou das religiões, quaisquer que sejam elas, conseguem coadunar religião, a relação entre a humanidade e Deus, por exemplo, à indústria armamentista e o aumento da desigualdade. O papa Francisco foi o varão que disse que não dá para conciliar esse caminho religioso, um caminho de construção de encontro com o divino, seja ele católico cristão, ou seja cristão de outra denominação, ou seja de qualquer outra das grandes ou das religiões que existem no mundo inteiro, não dá para gente dar as mãos à extrema direita, que muitas vezes tá ligada a dimensões do fascismo, do nazismo.
Podemos trazer um pouco para as questões que a gente vive também no Brasil e no mundo. A questão dos preconceitos, a questão da homofobia, do desrespeito às pessoas que pensam dissemelhante, das pessoas que dialogam de maneira distinta da gente, que têm religiões distintas, que têm orientação sexual dissemelhante, identidade de gênero dissemelhante. Logo, o Papa Francisco é esse varão. E para dentro da igreja também, das igrejas, das religiões, nós também temos que fazer alguns enfrentamentos. Porque a igreja ou as igrejas ou as religiões, elas existem no mundo. E o mundo influencia as igrejas e as religiões. A gente também tem que continuar fazendo o bom debate, o bom combate também dentro das nossas paredes, dentro das nossas igrejas, dentro das nossas religiões.
“Viva o papa Francisco, viva Francisco de Assis, viva a humildade, viva a simplicidade, porque são elas que contam. E é por isso que o papa Francisco não morreu. O papa Francisco está vivo, está na plenitude da vida.”